segunda-feira, 11 de abril de 2016

Carta à minha Mãe

Três anos de dor, angústia e tristeza, passaram. À três anos que os meus olhos não olham para os teus, por vezes tristes outras felizes. Mesmo sofridos tinham sempre uma luz que transmitia paz, amor, compreensão. Compreensão mesmo por quem te fez sofrer, por quem os teus olhos fez chorar. Lágrimas de sangue que ias engolindo com o passar dos dias, meses e anos. Salgadas de dor mas não de raiva.
Que orgulho, que respeito, por ti Mãe.
Hoje, mais calma vai a vida. A dor da perda tornou-se saudade. Uma saudade ainda negra, pesada, mas suportável. Hoje não sofres, merecias, merecias tudo o que nunca tiveste, mesmo que nada pedisses, tu eras assim. Sofrias calada, num silêncio atroz que te isolava. Agora descansas, não sofres, não choras. Não mais lágrimas salgadas cairão desses olhos que tanto sofreram. Sim porque os olhos sofrem as dores que veem nos outros e tu,mesmo sofrendo por ti, nunca deixaste de sofrer pelos outros. Pelos que te amaram, pelos que te ignoraram, pelos que abusaram de ti. A tua bondade era usada, tu sabias, tu eras assim.
Conforme prometido aqui fica mais um texto teu, e mais virão. Beijo do tamanho do mundo para quem era maior que o próprio. Para ti Mãe.

Mar Salgado 

Ó mar salgado
Quanto no teu sal
Eu queria mergulhar.
Na tua areia ficar enrolada
Nas tuas ondas me mergulhar.

Adormecer com o luar
Numa das tuas praias,
Com teu leve sussurrar
Desmaiar quando desmaias.

Ter-te sempre junto a mim.
Para toda a eternidade
Vou querer-te sempre assim.

sábado, 11 de outubro de 2014

Uma lição para os meninos teimosos

Era uma vez uma menina muito vaidosa que gostava de andar sempre cheia de laços no cabelo e de vestidos de renda.
Vivia numa casa muito bonita com um grande jardim e um grande lago habitado por cisnes brancos.
Tudo lhe davam mas a menina era muito, muito teimosa e por muito que a mãe lhe pedisse ela não gostava de lavar os dentes.
A mãe levou-a ao dentista para que ele a convencesse a lavar os dentes mas mesmo assim a menina disse, irritada,  que nunca os lavaria. A menina desculpava-se dizendo que lavar os dentes lhe doía muito, o que é uma mentira.
Passou o tempo e um dia a menina depois de comer muitos doces, pois era o seu dia de anos, sentiu de repente uma dor muito forte na boca e foi, a correr, chorar para junto da mãe. A mãe advertiu--a que ela tinha comido muitos doces e que deveria ir lavar os dentes mas mais uma vez, muito zangada, a menina não acatou a ordem da mãe.
Nessa noite a menina não consegui dormir, sofria muito cheia de dores de dentes que são horríveis.
No dia seguinte a mãe levou-a de novo ao Dentista e quando este pediu à menina para abrir a boca ficou pasmado ao ver como os seus dentes estavam tão estragados. O Dentista perguntou-lhe quantas vezes ela lavava os dentes por dia ao que ela respondeu, a chorar com tanta dor, que nunca os tinha lavado porque não gostava de o fazer.
O Dentista começou a preparar uma injeção muito grande. Ao ver isto a menina a quase que desmaiou de medo e perguntou-lhe para que era aquilo. O Dentista explicou que era para ela, era uma anestesia, para para lhe poder tirar um dente que estava todo estragado. 
Depois de arrancar o dente o Dentista disse à menina que ela tinha de lavar os dentes todos os dias após as refeições e ao acordar porque senão todos os dentes lhe iriam cair e ela teria sempre muitas dores como daquela vez e que também iria ficar muito feia.
A menina, a chorar, olhou para o Dentista e prometeu-lhe que a partir desse dia lavaria sempre os dentes. Deu um grande abraço à mãe e pediu-lhe desculpa por ter sido tão teimosa.
A partir desse dia a menina passou a lavar os dentes como o Dentista recomendar.
Que esta história sirva de lição a todos os, meninos e graúdos, teimosos que não gostam de lavar os dentes

Celeste Marques

domingo, 21 de setembro de 2014

Sonhar, Sorrir, Amar

Sonhar
Era tudo o que eu queria.
Contigo ao sol à beira mar.
Sonhar,
Toda a noite e todo o dia.

Sorrir
Também sonhei fazê-lo,
Só contigo.
No sorriso tropecei
E hoje nem rir consigo.

Amar
Como eu amei, Santo Deus.
Fi-lo por ti e por mim.
Mas um dia os olhos teus ao amor puseram fim.
Já nada me resta agora,
Nem sonhar nem sorrir, nem tão pouco poder amar-te.

Para que quero eu o sol?
Se ele já não me aquece.
Preciso apenas sorrir
Porque assim tudo se esquece.


Celeste Marques

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Saudade

Mais um mês que passou. Já contei 14 desde que partiste. Parece que foi ontem e ao mesmo tempo a saudade é tanta que por vezes julgo não te ver à anos. Brilha para mim hoje minha estrela. :(

Saudade, sabes quem é?
Que vive apenas em mim.
Peço a Deus e com fé
Que à saudade ponha fim.

Sei que não gostas de mim
Pois, saudade, tu não sentes.
O meu amor não tem fim
Mesmo que digas - "tu mentes".

Eu sei bem que envelheci
E que estou ultrapassada.
Se fui tão pouco para ti,
Agora não valho nada.

Eu até posso aceitar
Que não me tenhas amor.
Só não me vou perdoar
Por ver em ti tanta dor.

Mas eu não queria viver
Um só momento sem ti.
Só não sei compreender
Como é que te perdi.

Será que algum dia eu fui
Para ti um grande amor?
O erro que cometi
Só me traz agora a dor.

Embora penses que não,
Tenho por ti um grande amor.
Irei perder a razão
Se persistir esta dor.

Celeste Marques

sábado, 10 de maio de 2014

Quero sonhar

Faria hoje 66 anos a Mulher mais fantástica que conheci, Ela não gostava de fazer anos, era sempre um dia muito triste para ela, o passado assim obrigava. 
Mas já não sofres mais neste dia Mãe, agora tens cá na terra quem sofra por ti. Beijos cheios de saudade





Lá fora a chuva cai.
Quando ela vem tudo é belo.
Enquanto ela vem e vai
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Eu vejo-a do meu castelo

Castelo feito de sonhos
Em cima de nuvens brancas.
Se a chuva cai são risonhas,
Mas se pára vai-se a esperança

Esperança em quê,
Se vivo de fantasia?
No amor que não se vê?
Ou na fingida alegria?

Mesmo assim quero sonhar ,
Não me tirem do castelo.
Só assim eu posso amar
E fingir que o mundo é belo

domingo, 4 de maio de 2014

O teu desprezo

Aqui fica mais um desabafo da minha Mãe. Hoje é um dia especial, é dia da Mãe, dia de todas as Mães. Um bem haja a todas elas por tudo o que fazem pelos seus rebentos. à Minha um beijo grande CHEIO de saudade.

Nada fui e nada sou,
Apenas alguém que passa.
Já me dei e ainda me dou
A alguém que me escorraça.

Mas no amor é assim,
A balança é desigual.
Nunca gostaste de mim
e sempre me viste mal.

Olhas para mim com desdém
Sem veres que isso magoa.
Tu és tudo e eu ninguém,
Eu sou nada e tu pessoa.

Um dia vais encontrar
Alguém que te trate assim.
Só então irás pensar
e ter saudades de mim.

Mas aí já cá não estou,
Já não te posso valer.
Houve outro que me encontrou
E a ti não quero ver.

Perdoa amor, sou sincera.
Amei-te outrora demais.
Vivi sempre à tua espera
Mas nós não somos iguais.

Celeste F. Marques

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mãe

MÃE
Mãe porque me deixaste?
Onde quer que estejas diz-me porque me abandonaste, assim eu seria mais feliz. Porque é que nunca me falaste? Sempre que por ti passava, sempre a tua cara me viraste quando eu para ti olhava.
Porque nasci então? Tu não querias, mas nasci. Alguma vez  pensaste no meu coração que batia por ti? Tantas vezes me fiz de forte quando te via na rua. E quando olhava o teu porte eu sabia que era tua.
Descansa em paz minha Mãe, pois eu nunca te odiei e certamente para junto de ti irei e contigo, então, falarei. Recebe um beijo da filha que tu nunca aceitaste e que na vida andou esquecida à espera que a encontrasses.


Mais um texto da minha mãe. Este tal como todos os outros é muito especial, pois foi escrito no dia em que soube da morte da avó. A minha avó fora “aparentemente” assassinada pelo seu companheiro e a minha mãe soube da notícia, espantem-se, no jornal O Crime. Ainda hoje me lembro da sua expressão a dizer-me que aquela senhora na primeira página do jornal era a minha avó. O mais triste é que vivíamos a dois passos e elas nunca falaram desde que a minha avó a abandonou na casa de uma família. Família essa que criou a minha mãe e que eu tive como minha família também, pois só mais tarde soube da verdade. Acresce a esta estória triste que o pai da minha mãe também a abandonou, ou seja, abandonou a minha avó que por sua vez abandonou a minha mãe. Tristes vidas, tristes pessoas que provocam tanta tristeza, mágoa, raiva, desilusão, em outras pessoas que por acaso, só por acaso são do mesmo sangue, como se isso importasse para alguma coisa!!!